É, muita gente acha que criar e educar são tarefas fáceis e enchem a boca para dizer: “quando eu tiver um filho ele não vai fazer isso nunca”. Mas uma realidade é que eles vão fazer e, às vezes, fazem até mesmo pior do que aquele garotinho que você viu espernear pelo shopping por querer alguma coisa. Mas, se a indisciplina é um quesito que você não sabe contornar na educação do seu filho e por mais que você converse, ele continua lhe enfrentado, calma! Nós fomos buscar conselhos de um dos psicólogos infantis mais renomados da cidade para tirar as nossas dúvidas.
Segundo o psicólogo Nogueira Júnior, a construção de bons modelos de referência é um dos passos mais importantes para se ter disciplina em um lar e eles devem começar desde cedo. A partir dos seis meses de vida, o bebê já tem que ser disciplinado e é quando esses modelos passam a exigir mais cuidado e elaboração, aperfeiçoando-se gradativamente, até chegar aos 18meses, período em que a criança começa a aprender a usar melhor a razão, possibilitando assim que as intervenções simples dos adultos já possam começar a fazer algum sentido.
É importante lembrar que cada etapa do desenvolvimento humano tem suas características, dificuldades e aquisições próprias, variando de criança para criança e, conseqüentemente, de pais para pais. Por isso, o psicólogo garante “cada criança e ambiente são únicos e o que vale para um, não necessariamente serve para o outro. No entanto, a fase dos três anos tem uma marca peculiar. É a iniciação de um período de forte egocentrismo, onde a criança imagina que o mundo e as pessoas devem estar a seu serviço”, explicou. Vale lembrar que isso não é um problema e sim uma atitude natural do comportamento, mas nem tudo deve ser permitido e, sempre que necessário, deve-se fazer as intervenções adequadas.
Limite então é a palavra de ordem na hora de se disciplinar os filhos. “Os limites devem ser colocados com muita FIRMEZA, CLAREZA e CONSISTÊNCIA, preferencialmente através do diálogo, sem estardalhaços”, garantiu Nogueira. Também é necessária a definição da relação entre direitos e deveres, assim como as conseqüências inevitáveis que cada ação traz.
A violência, a agressão, o xingamento e a palmada nunca devem fazer parte da prática educativa. “A agressão, além de machucar e constranger, é covarde, não ensina e nem resolve qualquer problema. Ela reforça a falta de controle da situação por parte do adulto e pode criar a falsa idéia para a criança de que bater é uma forma de resolver problemas, estimulando-a a praticá-la também no seu dia a dia”, garantiu.
De acordo com Nogueira, os motivos pelos quais as crianças tendem a enfrentar os pais são os mais diversos. “Podemos destacar: a falta de firmeza e clareza com relação aos limites; necessidade de chamar atenção; testando os limites dos pais; promessas não cumpridas, proporcionando desconfiança e insegurança na relação; distúrbios de personalidade; entre outros”. Nesses casos particulares, os pais devem deixar muito claro quem é a figura de autoridade na casa, que as regras existem e precisam ser cumpridas e os valores respeitados.
Mas, se você já tentou tudo o que o psicólogo nos sugeriu acima e não teve um resultado satisfatório, é hora de buscar um especialista para intervir na situação. Alguns sinais objetivos e/ou subjetivos podem ser de vital importância para se certificar da necessidade do encaminhamento ao especialista. Dentre eles, destaque para: alterações no sono, na alimentação, no rendimento escolar, no esporte, na socialização, na sexualidade e atitudes. Se algo se apresentar diferente, com alguma regularidade em algumas dessas áreas, não tenha dúvida, procure um profissional habilitado. Quanto antes o diagnóstico e a intervenção adequada, mais chance o processo terapêutico terá de ser bem sucedido.
FONTE: PLANETA MÃE- TRIBUNA DO NORTE
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