Os estudantes que fizeram o Enem 2012 (Exame Nacional do Ensino Médio) já podem acessar a
correção de suas redações na página do Enem. O aluno deve acessar o site com o
CPF ou o número de inscrição e a senha. As correções tem apenas finalidade
pedagógica, ou seja, não são passíveis de recurso.
O boletim de correção traz as notas por competência
e dá direito à vista da redação.
Ao todo, segundo o Inep, foram corrigidas 4.113.558
redações, das quais 1,82% estavam em branco e 1,76% obtiveram nota zero. Os
candidatos já tiveram acesso às notas, divulgadas no dia 28 de dezembro do ano
passado.
No início do ano, estudantes de todas as regiões do
país recorreram à Justiça para conseguir acesso à correção antes do período de
inscrição do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), pelo qual
instituições públicas de educação superior oferecem vagas a candidatos
participantes do Enem. Casos como o de Thanisa Ferraz de Borba chegaram a
ameaçar o cronograma do Sisu que, por decisão da Justiça Federal em Bagé (RS),
só poderia encerrar o prazo de inscrição após o julgamento da ação.
No entanto, os tribunais regionais federais das
diferentes regiões suspenderam as liminares que determinavam a vista antecipada
dos espelhos de correção, entendendo que o edital do Enem prevê apenas a vista
pedagógica e que leva em conta rigorosamente o previsto no termo de ajustamento
de conduta (TAC) firmado pelo Ministério da Educação com o Ministério Público
Federal.
Muitos estudantes sentiram-se injustiçados. Thais
Bastos obteve a nota 400 na redação do Enem. "No ano passado, tirei 700.
Neste ano, estudei muito mais, não posso ter ficado com essa nota", disse.
Além disso, ela comparou o que escreveu com redações disponíveis em revistas e
manuais, "As redações que receberiam a nota que eu tirei continham erros
de português e um vocabulário infantil". Ela foi uma das que levaram o caso
à Justiça e chegou a ganhar o direito da vista antecipada, até que o ministério
recorreu e venceu.
Thais deseja cursar engenharia química na
Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição cujo ingresso é feito, para
a maior parte das vagas, apenas pelo Sisu, com base na nota do Enem. Como o
exame é anual, no segundo semestre a estudante concorrerá com a mesma nota que,
segundo ela, é insuficiente. Mesmo que não esteja previsto no edital do exame,
ela pretende entrar novamente com recurso, caso discorde da correção.
Ela não está sozinha. No Facebook, mais de 3.000
usuários apoiam a página Ação Judicial - Enem. No espaço, trocam experiências e
pedem modelos mais transparentes de seleção.
Em nota, o MEC diz que os "critérios de
correção das redações do Enem foram aperfeiçoados e são mais
rigorosos". Segundo a pasta, os textos produzidos pelos candidatos
passaram por dois corretores de forma independente e foram avaliados segundo
cinco itens de objetividade. Caso haja diferença maior que 20% na nota final
entre esses dois corretores, a redação é lida por um terceiro corretor. E se,
ainda assim, a discrepância persistir, ou seja, a diferença entre as três notas
for superior a 200 pontos, a dissertação passa para uma banca examinadora
composta por três professores avaliadores, que dão então a nota final ao
participante.
Os cinco itens de competência avaliados foram:
domínio da língua portuguesa, compreensão do tema proposto, capacidade de
selecionar e organizar ideias, demonstração de conhecimento dos mecanismos
linguísticos necessários para a construção da argumentação e apresentação de
solução para a proposta dissertativa. Cada um dos corretores atribuiu nota até
200 pontos para cada uma dessas competências. Havendo discrepância maior que 80 pontos em cada uma das
competências, o terceiro corretor avalia e atribui notas segundo o mesmo critério.
Fonte: Informações da Agência Brasil